Eis que eu desativei o Instagram, apaguei o app do celular e vivi a vida por um mês sem ele. O Twitter eu apenas parei de acessar mesmo e deletei o app do celular também. A princípio eu não sabia quanto tempo iria ficar sem essas redes (talvez o quanto conseguisse?) mas depois de quase duas semanas eu decidi que seria um mês. (pra deixar claro: eu gosto muito da internet, sou beeeeeeem viciada no Instagram, e uso muito o Youtube e Pinterest. Porém não considero esses dois último como sendo uma rede social.)
As expectativas que eu tinha ao desativar o Instagram era de que no começo eu sentiria bastante falta, mas que depois iria passar, e que eu iria ter um super tempo extra pra fazer outras coisas, ler, pensar na vida, sentir tédio, etc. Sendo que o tempo que eu tinha de tela no celular, e principalmente no Instagram, eram MUITAS horas no dia.
Porém, isso foi só a expectativa mesmo, a realidade foi outra. Não, eu não senti falta do Instagram em nenhum dia, juro! Nos primeiros dias eu tinha aquele impulso de abrir o aplicativo sem nem pensar, e ai me dava conta de que ele não tava lá e de como isso se tornou uma coisa automática. Mas também nesse processo, eu descobri que o buraco é muito mais em baixo.
O grande problema não era o Instagram (que antes era o Facebook, que antes era o Orkut...) como eu pensava. O problema é todo o mundo de coisas que eu tenho na palma da minha mão a todo o momento, e a minha relação com isso. O vício do Instagram, que é grande, e que eu estava sem naquele momento, passou para o Youtube e o Pinterest. Não deu nem duas semanas eu eu já estava muito mais viciada nessas plataformas do que antes eu era. O que me fez ficar muito mais reflexiva sobre a complexidade disso ser muito maior do que eu pensava.
Antes, a uns 10, 15 anos atras, a internet era um escape que tínhamos da vida. Hoje, a vida é o escape da internet (vi essa frase em algum lugar). A verdade é que antes a internet era um lugar mais leve no sentido de quantidade de coisas a serem consumidas, e pra ter o acesso a essas coisas, era preciso estar utilizando o computador. Eu pelo menos, nessa época, fazia isso por umas 1 ou 2 horas por dias, as vezes menos. Fora esse período, eu vivia a minha vida sem checar o celular, sem dar um scroll enquanto tava entediada ou esperando alguma coisa. Era eu, meus pensamento, e o mundo a minha volta. Eu tinha tempo pra sentir tédio e, pra através dele, acessar a minha criatividade e originalidade. E isso era muito especial, e foi isso que eu busquei achando que a solução era apenas me privar de usar o Instagram e ver no que dava.
Eu descobri que é tudo muito mais complexo do que eu pensava, e provavelmente um processo de entendimento e aceitação da forma como tenho levado a vida e como tenho deixado isso tudo me afetar por tantos anos.
Você talvez esteja se perguntando se depois que eu voltei com o Instagram o meu vício diminuiu ou se alguma coisa mudou. A verdade é que eu sinto que quase nada mudou. Continuo viciada, talvez um pouco mais consciente. Mas como eu disse, o problema não é o Instagram, e sim a forma como eu lido com o acesso na mão que tenho da internet e tudo o que ela proporciona.
É isso, não tenho uma conclusão, e nem muito mais o que falar. Eu poderia sim, falar por horas sobre esse assunto, e entrar em outras questões que nem sequer mencionei aqui, mas eu iria me estender muito e provavelmente muita coisa nem ia iria fazer sentido. Mas se você, como eu, gosta de falar e refletir sobre isso, comenta ou me chama pra conversar!
Até a próxima ;)